terça-feira, 6 de setembro de 2011

Introdução ao Tema

Segundo romance de Graciliano Ramos, São Bernardo [1934] é uma das obras mais expressivas da vertente regionalista do segundo modernismo brasileiro, voltado, na ficção, para o questionamento social e psicológico, para o desnudamento dos anacronismos de uma sociedade primitiva, violenta, pré-capitalista. As mazelas e desigualdades do Nordeste Brasileiro foram o fermento da retomada da atitude crítica do Realismo/Naturalismo, enriquecida com o instrumental analítico das novas teorias sociológicas e psicológicas, e com as conquistas do Modernismo de 1922. Graciliano Ramos construiu seu próprio caminho e usou, com parcimônia, tanto a leitura marxista da luta de classes e da mais-valia, como as invenções formais da 'fase heróica', desdobramento da Semana de 22. Teve o discernimento de evitar os 'clichês' esquerdizantes da época e se opôs ao 'à vontade', ao informalismo, que tentava mimetizar, literariamente, o linguajar regional, a fala sertaneja.

Ao contrário, foi homem de esquerda, sem limitar-se a uma visão unilateral; foi moderno, sem concessões aos 'ismos' e facilitações do Modernismo. Por isso, é tido como o melhor escrito de sua geração.

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